segunda-feira, 27 de maio de 2013

CAPA e contra capa



TEXTO - PESQUISA


Conhecimento Científico

Podemos dizer que o homem detém vários tipos de conhecimento científico, desde aquele mais simples, comum a todas pessoas e que nos passa despercebido, até aquele mais profundo e complexo não comum a todos indivíduos.
Primeiramente analisemos o conhecimento de senso comum, o qual é estendido a todos indivíduos, mesmo que não o percebamos, e nos vem como herança genética de geração em geração. Usamos este conhecimento diariamente, muitas vezes sem nos dar conta, em atividades corriqueiras sem questionarmos se está certo ou errado. Um exemplo disto é o uso secular que fizemos de ervas para confecção de vários tipos de chás para a cura de toda sorte de moléstias. Nunca paramos para pesar como elas funcionam em nosso organismo, confiamos em sua eficácia porque todas pessoas usam e principalmente porque nos é indicado pelos mais velhos.
Outro tipo de conhecimento é o científico. Surgiu da necessidade do ser humano querer saber como as coisas funcionam ao invés de apenas aceitá-las passivamente. Com este tipo de conhecimento o homem começou a entender o porquê de vários fenômenos naturais e com isso vir a intervir cada vez mais nos acontecimento ao nosso redor. Este conhecimento se bem usado é muito útil para humanidade, porém se usado incorretamente pode vir a gerar enormes catástrofes para o ser humano e tudo mais ao seu redor. Usamos como exemplo a descoberta pela ciência da cura de uma moléstia que assola uma cidade inteira salvando várias pessoas da morte, mas também, destruir esta mesma cidade em um piscar de olhos com uma arma de destruição em massa criada com este mesmo conhecimento.
CIÊNCIA & MÉTODO – VISÃO HISTÓRICA
Tivemos no século passado dois momentos marcantes para a humanidade. O primeiro ocorreu no início do século quando cientistas conseguiram provar teorias através de observações astronômicas, que muitos consideravam incoerentes, pois contrariavam princípios já há muito tempo enraizado sobre nosso espaço exterior. O segundo aconteceu em meados da década de quarenta quando, infelizmente, descobrimos o real poder de uma bomba nuclear. O que foi um enorme avanço em nossa ciência, que se não usado para meios pacíficos, pode destruir totalmente o mundo que conhecemos.
O homem usa a ciência para tentar explicar suas perguntas de como as coisas acontecem ao seu redor. Com isto tenta-se criar novas tecnologias para termos um mundo melhor em que vivamos. Existem campos da ciência que trazem benefícios incalculáveis para o homem com o as comunicações, medicina, informática e muitos outros. Usa-se isto para a tomada de ações e decisões o que nos faz viver em uma sociedade baseada no conhecimento. Uma nação que quer ser forte não basta sê-la belicamente e monetariamente, necessita ter também um grande controle do conhecimento científico. Porém se temos um grande conhecimento e não usarmo-lo corretamente poderemos estar indo para o caminho errado.
CIÊNCIA & MÉTODO
Existem várias concepções de ciência divididas em períodos históricos cada uma com sua peculiaridade, podemos relacioná-las da seguinte maneira:
  • Ciência Grega - Século VII AC até final do século XVI.
  • Ciência Moderna - Século XVII até final do século XIX.
  • Ciência Contemporânea - Início do século XX até os dias de hoje.

1 - CIÊNCIA GREGA
Conhecida como filosofia da natureza tinha como preocupação a busca do saber a compreensão da natureza das coisas e do homem. Conhecimento este desenvolvido pela filosofia que hoje é distinta da ciência.
Os pré-socráticos deixaram de lado a mitologia, que na sua concepção, os fenômenos ocorriam devido a forças espirituais e sobrenaturais (Deuses) e inseriram a idéia de que existe uma ordem natural no universo não influenciado pelos “Deuses”.
No modelo platônico o real não está na experiência adquirida nos fatos e fenômenos adquiridos pelos sentidos. Para eles o verdadeiro mundo é o que está nas idéias, o que nos fornece o que são as coisas é a inteligência conseguida através da busca da verdade com o diálogo, ou lógica desenvolvida por teses.
Já para Aristóteles a conhecimento deve-se ter uma justificativa lógica, devem-se apresentar argumentos verdadeiros para sustentarem os princípios, pois nenhum efeito ou atributo poderia existir se não estivesse ligado a alguma causa. Dessa forma este modelo propõem uma ciência que produza conhecimento fiel à realidade por estar amparado no observável e pela sua característica de necessidade.
2 - CIÊNCIA MODERNA
Durante o renascimento onde se introduziu a experimentação científica modificou-se radicalmente a compreensão e concepção teórica de mundo, ciência, conhecimento e método. Conforme Bacon a natureza é mestra do homem e para dominá-la era preciso obedecê-la. Para isto era necessária a indução experimental cuidando de várias coisas que ainda não aconteceram e depois de posse das informações concluir a respeito dos casos positivos. Isto passou a ser conhecido como método científico e deveria seguir os seguintes passos:
  • Experimentação
  • Formulação de hipóteses
  • Repetição da experimentação por outros cientistas
  • Repetição do experimento para testagem das hipóteses
  • Formulação das generalizações e leis
A revolução científica moderna foi idealizada por Galileu Galilei ao introduzir a matemática e a geometriacomo linguagens da ciência e o teste quantitativo experimental e com isto estipular a chamada verdade científica. A visão do universo por Galileu era de um mundo aberto, unificados, deterministas, geométricos e quantitativos diferente daquela concepção aritostélica, impregnada pelos resquícios das crenças míticas e religiosas. Com isto Galileu estabeleceu o domínio do diálogo científico, o diálogo experimental, que era o diálogo entre o homem e a natureza. O homem deveria, com sua razão e inteligência teorizar e construir a interpretação matemática do real e à natureza caberia responder se concordava ou não com o modelo sugerido.
Newton, dando uma interpretação diferente da de Galileu, afirmava que suas leis e teorias eram tiradas dos fatos, sem interferência da especulação hipotética. Esse seria o método ideal, através do qual se poderia submeter à prova, uma a uma, as hipóteses científicas. Assim criou-se o método científico Indutivo-Confirmável, com pequenas variações, no seguinte formato:
  • Observação dos elementos que compõem o fenômeno.
  • Análise da relação quantitativa existente entre os elementos que compõem o fenômeno.
  • Introdução de hipóteses quantitativas.
  • Teste experimental das hipóteses para verificação confirmabilista.
  • Generalização dos resultados em lei.
O sucesso das aplicações de Newton no decorrer de três séculos gerou uma confiabilidade cega neste tipo de ciência que fez com que, não apenas as ciências naturais, mas também as sociais e humanas, procurassem esse ideal científico e o aplicassem para ter os mesmos resultados.
3 - CIÊNCIA CONTEMPORÂNEA
No início do século XX as idéias de Einstein e Popper revolucionaram a concepção de ciência e método científico. Os princípios tidos com incontestáveis no século passado foram cedendo seu lugar à atitude crítica. A partir deles desmistificou-se a concepção de que método científico é um procedimento regulado por normas rígidas que o investigador deve seguir para a produção do conhecimento científico. Sendo assim, há tantos métodos quantos forem os problemas analisados e os investigadores existentes.
Na ciência contemporânea, a pesquisa é resultado decorrente da identificação de dúvidas e da necessidade de elaborar e construir respostas para esclarecê-las. A investigação científica desenvolve-se porque há necessidade de construir uma possível resposta ou solução para um problema, decorrente de algum fato ou conjunto de conhecimentos teóricos.
A ciência atual reconhece que não existem regras para uma descoberta, assim como não há para as artes. A atividade do cientista é semelhante a do artista. Os pesquisadores podem seguir caminhos diversos para chegar a uma conclusão.
Analisando a história da ciência, constata-se que muito de seus princípios básicos foram modificados ou substituídos em função de novas conjeturas ou de novos padrões. Aconteceu quando Galileu modificou parte da mecânica de Aristóteles e Einstein fez o mesmo com Newton.
A concepção contemporânea da ciência está muito distante das visões aristotélica e moderna, nas quais o conhecimento era aceito como científico quando justificado como verdadeiro. O objetivo da ciência ainda é o de criar um mundo cada vez melhor para vivermos e atingir um conhecimento científico sistemático e seguro de toda realidade.
A ciência demonstra ser uma busca, uma investigação, contínua e incessante de soluções e explicações pra os problemas propostos.

A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO



A importância do conhecimento científico é um estudo que está engatinhando em prol da formação de um espírito crítico-científico para a vida acadêmica presente. Este estudo foi elaborado a partir de leituras e análises de diversos materiais, que abordaram sobre o tema e, que possibilitou a elaboração de uma síntese de cunho qualitativo ao objetivo maior, que é ser o ponto de partida para estudos mais aprofundados em prol de um conhecimento mais abrangente da epistemologia. Chegando-se a conclusão de que o conhecimento científico é de suma importância para o crescimento de uma nação e para o crescimento mundial, já que este, envolve questões de ordens diversas como as questões políticas, filosóficas, éticas e econômicas.
Falar de conhecimento científico não é tarefa fácil, pois, exige fazer uma leitura minuciosa de uma série de implicações que envolvem as questões filosóficas, a ciência, a política, a economia e a ética. Porém, nesse emaranhado da epistemologia se pretende entender, analisar e avançar numa reflexão sobre a temática, discorrendo de forma crítica e prática sobre algumas ocorrências do conhecimento científico e sua importância para a vida do cidadão comum. Pretende-se, também, neste contexto, discutir abertamente o conhecimento científico buscando maior esclarecimento sobre ele, numa abordagem crítica e qualitativa para a vida acadêmica.


4 A IMPORTÃNCIA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

O homem ao nascer é meramente condenado a viver em um mundo que lhe é estranho até então. Logo, é obrigado a interpretar a si mesmo e a interpretar o mundo do qual ele passa a fazer parte. Então, quando o homem começa a entender e criar suas próprias representações para as coisas do mundo, ele passa a dar forma e significado a elas e assim, a conhecê-las. Eis que surge o processo ao qual denominamos aqui de conhecimento.

Segundo Garcia (1997, p.45), o conhecimento é uma forma de estar no mundo. E, durante o processo de aquisição de conhecimento o homem percebe que ele é um ser em constante construção, um ser que está em mutação e que pode ser melhorado diariamente se este estiver aberto à realidade.

Conforme nos coloca Gil (1999, p.26)

O conhecimento só é científico se for passível de verificação, isto é... Torna-se necessário descrever as operações mentais e técnicas que possibilitam obter o conhecimento. Para tanto, entende-se que o conhecimento científico é diferente do conhecimento comum e mais popular ao qual denominamos senso comum.


O senso comum é pouco questionado. È um conhecimento piamente copiado, acreditado sem contestação, dado fé. É o conhecimento passado de geração a geração. É algo quase que imutável, uma crença.

O conhecimento científico caminha avesso ao senso comum. Para que um conhecimento do senso comum passe a ser um conhecimento científico, basta-nos problematiza-lo, criar obstáculos para ele, criticá-lo e nunca aceitá-lo como algo pronto, definitivo. Por exemplo, se alguém lhes disser que sai leite de uma pedra, não aceite como crença, duvide, conteste, vá a campo, pesquise, averigúe e prove que a pedra é só um abstrato e que dela não sai leite, faça demonstrações para provar tal fato. Assim, esse processo de pesquisa e investigação séria que o levou a crítica e ao estudo mais minucioso para provar que a pedra era somente um abstrato denominamos método científico e, o fato depois de provado, denomina-se conhecimento científico ou epistemologia.

Garcia (1997, p.45) nos coloca que a realidade do conhecimento científico só estabelecida após sua comprovação ser efetivada, demonstrada e experimentada.

Dessa forma apresentado, a importância do conhecimento científico passa a ser entendida com maior eficácia, pois para a vida acadêmica é necessário que o acadêmico seja possuidor de um aguçado espírito crítico-científico, para que seja de fato, introduzido nos caminhos sinuosos da produção intelectual indissociável à pesquisa e compromissado com o avanço tecnológico e científico que o mundo globalizado nos apresenta.

Para Bjis (2006, p.1)
o conhecimento científico é extremamente importante para a sociedade, pois é a partir dele que é possível a transformação social e tecnológica. O conhecimento científico gerado por uma determinada sociedade consolida o saber e desafia as estruturas cristalizadas, tidas como verdades absolutas.

Ainda para Bjis (2006, p.1)
o acesso ao conhecimento gerado, portanto, é extremamente importante para a evolução das comunidades científicas, visto que nos apropriamos de novos pontos de vista, conceitos, métodos, técnicas, instrumentos, ferramentas, enfim tendências e perspectivas que norteiam a construção do saber de uma área de conhecimento.


Estudos revelam que o conhecimento por si só, poder ser classificado de várias formas, dentre elas encontramos o conhecimento dogmático, o conhecimento mítico, o conhecimento ordinário e o científico.

Para a aquisição do conhecimento científico é necessário o uso de métodos que possibilitam o indivíduo sair de uma posição de expectador passivo e/ou testemunha sem o poder sobre determinado saber advindo do senso comum e, passar a ser o problematizador com atitudes racionalistas e lógicas que busca, acima de tudo, entender o mundo através de suas dúvidas, questionamentos e usufruindo os métodos capazes de promover a epistemologia. Assim, estará o indivíduo construindo o conhecimento científico a partir de novas teorias, criando novas leis, explicando novos fatos e fenômenos sempre os fundamentando na verificação e correspondendo-os com a realidade do fenômeno. Surge então, indivíduos capazes de promover a epistemologia oportunizando o surgimento de uma maior autonomia e criticidade em prol da resolução da apatia aos conflitos e marasmos mundiais. Eis aqui o valor do conhecimento científico.

5 CONCLUSÃO

A partir deste contexto, têm-se a uma visão mais clara sobre o processo do conhecimento, bem como, da importância do conhecimento científico para a vida acadêmica e para o mundo. Acredita-se que para continuarmos evoluindo não nos basta a crendice popular, não nos basta o senso comum, é preciso dar maior respaldo àqueles que buscam problematizar as coisas já prontas postas ao mundo, é preciso que os indivíduos em geral e os acadêmicos coloquem à prova o seu saber comum para transformá-lo em um saber mais epistemológico, pois é a partir deste saber, deste conhecimento que ocorrerá o progresso contínuo e necessário ao mundo tecnológico e globalizado.
Em suma, constatou-se que todo o conhecimento científico é importantíssimo para o progresso da nação e/ou para o progresso mundial e, se faz extremamente necessário que se estimule a criação de fundamentos mais sólidos e que se testem suas hipóteses comprovando-as para o contínuo crescimento do saber, do conhecer cientificamente.